Eliminatórias da Copa do Mundo: Espanha e Bélgica goleiam por 6-0; Alemanha reage com 3-1

Eliminatórias da Copa do Mundo: Espanha e Bélgica goleiam por 6-0; Alemanha reage com 3-1
set, 8 2025 Isadora de Souza

Espanha atropela a Turquia em Konya

Dois placares de 6-0 no mesmo dia costumam dizer muito sobre quem manda no continente. Em uma rodada que mudou o tom das Eliminatórias da Copa do Mundo na Europa, a Espanha jogou com autoridade rara em Konya e desmontou a Turquia com uma atuação que misturou pressão alta, circulação rápida de bola e finalização fria. O time campeão europeu abriu o caminho cedo e não tirou o pé até o apito final.

Pedri iniciou a noite aos seis minutos, aproveitando o corredor às costas da linha turca. A partir dali, o controle espanhol ficou evidente: Mikel Merino apareceu como elemento surpresa na área, marcou duas vezes ainda no primeiro tempo e deu ao jogo um tom de goleada antes do intervalo. A Turquia tentou ajustar a marcação por dentro, mas sofreu em transições e perdeu duelos chave no meio-campo.

Se havia dúvida sobre ritmo no segundo tempo, Ferran Torres tratou de matar o suspense em um contra-ataque limpo, ampliando para 4-0. Merino completou o hat-trick com um chute colocado, daqueles que entram na prateleira das lembranças do torcedor, e Pedri fechou a conta com o segundo dele. Foi a típica exibição em que tudo pareceu sincronizado: amplitude pelos lados, conexões curtas por dentro e agressividade para recuperar a bola ainda no campo ofensivo.

O tamanho do placar carrega peso histórico. Foi a segunda maior vitória fora de casa da Espanha em qualificatórias, atrás apenas do 8-0 sobre Liechtenstein em 2017. Para a Turquia, a noite também foi marcante de um jeito amargo: a última vez que a seleção havia levado seis ou mais gols em casa foi há 41 anos, no 8-0 da Inglaterra. O recado que fica é simples: quando a Espanha encontra velocidade e timing, poucos seguram.

Na tabela, a vitória consolida uma largada perfeita do time espanhol no Grupo E. A gordura construída cedo vale ouro em torneio longo, com viagens, gramados diferentes e seleções que jogam a vida contra os favoritos. Ter margem para errar uma vez, sem abalar o plano, costuma fazer diferença na reta final.

Bélgica se impõe; Alemanha reage após susto

Em outro estádio e com outro roteiro, a Bélgica fez 6-0 no Cazaquistão e mostrou eficiência quase cirúrgica. Sem pressa e sem drama, a seleção empilhou chances e transformou domínio em números. Kevin De Bruyne marcou duas vezes — os gols de número 33 e 34 pela seleção — e passou Eden Hazard no ranking histórico. O único que segue inalcançável por enquanto é Romelu Lukaku, isolado no topo com 89 tentos.

O placar serve para mais do que estatística pessoal. A Bélgica alcançou a marca de 23 jogos seguidos marcando em eliminatórias, um novo recorde nacional. Essa regularidade diz muito sobre o modelo de jogo: não falta criatividade no último terço, e a equipe vem conseguindo manter rotação alta mesmo quando troca peças. Com esse 6-0, a seleção se firma no topo da briga no Grupo J e coloca pressão direta nos rivais.

Do lado alemão, a história da rodada foi de reconstrução rápida de confiança. Depois da derrota por 2-0 para a Eslováquia na estreia — primeira vitória eslovaca em jogo oficial contra a Alemanha desde que o país se tornou independente — a equipe de Julian Nagelsmann precisava de um jogo sólido para estancar a sangria. Conseguiu em Colônia, num 3-1 sobre a Irlanda do Norte que misturou susto, paciência e bola parada bem executada.

Serge Gnabry abriu o placar aos sete minutos e parecia o início de noite tranquila. Não foi. Isaac Price empatou em jogada de escanteio, e o time sentiu o golpe por alguns minutos. A virada veio do banco: Nadiem Amiri entrou e marcou seu primeiro gol pela seleção, um lance com cara de alívio coletivo. Pouco depois, Florian Wirtz acertou uma cobrança de falta aos 72, colocando a bola no ângulo e deixando o placar com cara de resultado de time grande — sem espetáculo, mas com controle na reta final.

O triunfo vale mais do que três pontos. Era urgente mudar a narrativa após a sequência de derrotas, incluindo o tropeço na estreia do grupo. A Alemanha ainda ajusta encaixes entre meio e ataque e busca maior consistência defensiva nas segundas bolas. Mas o 3-1 traz calma para treinar, recolocar princípios no eixo e preparar a próxima janela com menos pressão.

Esses resultados também redesenham o mapa de forças nos grupos. A Espanha dispara na liderança do seu, a Bélgica sustenta um ritmo que costuma levar longe em torneios de pontos corridos, e a Alemanha recolhe os cacos e volta à disputa em seu lote. Em um ciclo de Copa que exige constância, embalagens de 6-0 e vitórias com assinatura técnica elevam a régua e espantam fantasmas.

Vale lembrar o contexto de classificação no continente: a briga direta pela vaga é cruel, com líderes dos grupos geralmente garantindo o passaporte e segundos colocados indo à repescagem. Cada goleada pesa no saldo, e cada ponto em campo hostil pode virar a chave lá na frente.

Quer números que contam a história da rodada? Aqui vão alguns, sem floreio:

  • 6-0 fora de casa: Espanha e Bélgica no mesmo dia, duas mensagens claras de força.
  • Hat-trick de Mikel Merino: presença na área e precisão nas finalizações.
  • Pedri com dois gols: impacto logo no início e controle do ritmo.
  • Kevin De Bruyne chega a 34 gols pela seleção e ultrapassa Eden Hazard (33); Lukaku segue líder com 89.
  • 23 partidas seguidas marcando em eliminatórias: novo recorde para a Bélgica.
  • Primeira vitória da Alemanha no grupo após derrota para a Eslováquia; virada psicológica em Colônia.
  • Florian Wirtz decide em bola parada aos 72 minutos: detalhe que define jogo grande.
  • Turquia sofre seis em casa pela primeira vez desde o 8-0 da Inglaterra, há 41 anos.

No campo das ideias, a Espanha venceu porque foi intensa sem perder a cabeça. Pressionou alto com critério, ocupou bem o corredor central e deu liberdade para os meias pisarem na área — de onde vieram os gols de Merino. A Turquia, quando tentou fechar por dentro, abriu flancos que Ferran e os laterais atacaram com naturalidade. Quando o adversário fica entre fechar a área e proteger os lados, o relógio da goleada costuma começar a rodar.

A Bélgica, por sua vez, mostrou algo que pesa em eliminatórias: maturidade para transformar superioridade em placar dilatado. Não é só criar, é punir. Com De Bruyne reajustando o ritmo do ataque e a linha de frente trocando posições, o Cazaquistão perdeu referências e foi empurrado para a própria área. Foi menos sobre euforia e mais sobre execução.

A Alemanha ainda é um trabalho em andamento. O time precisa reduzir os espaços entre zaga e meio para sofrer menos em transições, e a saída de bola não pode depender de um jogador só. Mas a resposta coletiva após o empate da Irlanda do Norte mostra grupo engajado. Nagelsmann mexeu bem, usou a profundidade do elenco e teve recompensa com Amiri. Quando as soluções vêm do banco, o vestiário compra a ideia com mais facilidade.

Próximos capítulos? As janelas de seleções costumam ser traiçoeiras. Viagens longas, gramados pesados e rivais que conhecem seus defeitos. Quem construiu vantagem agora ganhou tempo para ajustar detalhe sem desespero. Quem tropeçou precisa encurtar o caminho com vitórias fora e olho no saldo. É o jogo dentro do jogo que decide vaga direta ou repescagem.

No fim, a rodada deixou três sinais claros. A Espanha está com a chama competitiva acesa e um plano de jogo bem azeitado. A Bélgica reafirma um ataque confiável que sustenta série longa de gols. E a Alemanha, apesar dos solavancos, voltou a vencer no momento em que mais precisava. Em eliminatórias, essa soma — desempenho, placar e timing — quase sempre aponta quem vai chegar na frente.

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