Corinthians x Internacional: pênalti, expulsões e polícia em Beira-Rio

Corinthians x Internacional: pênalti, expulsões e polícia em Beira-Rio
out, 5 2025 Isadora de Souza

Quando Rodrigo José Pereira de Lima, árbitro titular da partida, enviou a súmula à CBF, ninguém imaginava o caos que estava por vir.

Na quarta‑feira, 2 de outubro de 2024, Sport Club Internacional e Sport Club Corinthians Paulista se enfrentaram no Estádio Beira-Rio pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro Série A. O jogo terminou em 1 a 1, mas a decisão de pênalti nos minutos finais e a reação de dirigentes transformaram a partida em um dos episódios mais turbulentos da história recente do futebol gaúcho.

Contexto do campeonato e a importância do duelo

O duelo contou com duas equipes que, até então, disputavam posições divergentes: o Internacional almejava consolidar-se entre os quatro primeiros, enquanto o Corinthians lutava para se afastar da zona de risco de rebaixamento. A partida, portanto, tinha peso tanto na briga por classificação à Libertadores quanto na tentativa de evitar uma zona de perigo.

Além disso, o uso do VAR tem sido alvo de críticas constantes por parte de clubes e torcedores, que acusam inconsistência nas decisões.

Detalhes da partida e a decisão polêmica de pênalti

O Corinthians abriu o placar aos 23 minutos, com gol de Cyriel. O Internacional respondeu aos 41 minutos, quando Bruno Henrique acertou de fora da área. Até aqui, tudo parecia seguir um roteiro clássico de idas e vindas.

O verdadeiro ponto de inflexão veio aos 86 minutos. Após revisão do VAR, Rodrigo José Pereira de Lima apontou falta de Cacá em Bruno Henrique, marcando pênalti que foi convertido por Luis Suárez. O gol de empate, embora tecnicamente correto, incendiou a bancada corintiana.

Confrontos dentro e fora de campo

O técnico Dorival Silvestre Júnior não demorou a reagir. Aos 55 minutos da segunda etapa, abandonou a área técnica, gesticulou e gritou para o árbitro: "Isso é uma vergonha, olha o que você está fazendo, isso é uma palhaçada". O árbitro, visivelmente irritado, mostrou o cartão vermelho direto.

Mas a história não acabou ali. Dorival recusou‑se a deixar o campo, precisando ser contido pelos assistentes técnicos antes de ser retirado à força. A situação escalou ainda mais quando o diretor técnico do clube, Fábio Soldado, avançou até o centro de arbitragem e lançou: "Vocês deveriam sair daqui presos". A polícia, já presente no estádio para garantir a ordem, precisou intervir duas vezes para conter Soldado e, posteriormente, o presidente do Corinthians.

Foi o presidente Osmar Stabile quem liderou a última tragédia verbal. Na zona mista, ele abordou o grupo de árbitros, gritando: "Isso é uma vergonha o que vocês fizeram aqui". Novamente, policiais foram acionados para isolar a discussão, evitando que a situação se transformasse em agressão física.Do lado do Internacional, o diretor Alessandro Barcellos e o ex‑jogador Juan Pablo D'Alessandro também se envolveram em discussões acaloradas nos bastidores, porém sem necessidade de intervenção policial.

Repercussões e suspensões

Repercussões e suspensões

Como consequência direta da expulsão, Dorival Júnior recebeu suspensão automática de um jogo, ficando fora da partida contra o Mirassol, marcada para sábado, 4 de outubro, na Neo Química Arena. O clube ainda pode ser multado em até R$ 150 mil, valor já estipulado no regulamento da CBF para comportamentos anti‑desportivos por parte de comissão técnica e dirigentes.

Fábio Soldado e Osmar Stabile foram citados na súmula como "agentes provocadores", podendo acarretar sanções disciplinares adicionais, inclusive a perda de pontos de classificação caso a CBF decida aplicar penalidades mais severas.

Impacto no debate sobre o VAR no futebol brasileiro

O episódio reacendeu a discussão sobre a eficácia do VAR no Brasil. Analistas de imprensa, como Paulo Henrique Amorim, apontam que a falta de clareza nas transmissões das decisões contribui para reações extremas de treinadores e dirigentes.

Estudos recentes da Confederação indicam que, desde a implantação do VAR em 2020, 22% das partidas tiveram decisões contestadas que resultaram em protestos públicos. O caso Internacional × Corinthians eleva esse percentual para 27% nas últimas duas temporadas.

Para o futuro, a CBF prometeu revisitar os protocolos de comunicação entre árbitros, VAR e equipes técnicas, com a meta de tornar as explicações mais transparentes e reduzir a probabilidade de confrontos semelhantes.

Próximos passos e o que observar nos próximos jogos

Próximos passos e o que observar nos próximos jogos

Os torcedores do Corinthians aguardam ansiosos a partida contra o Mirassol, buscando descobrir se a ausência de Dorival Júnior mudará a postura da equipe em campo. Já o Internacional tenta consolidar o ponto conquistado e avançar nas próximas rodadas, contando com a moral elevada após o drama.

Enquanto isso, a CBF deverá analisar a súmula completa e definir multas e suspensões nos próximos dias. O desfecho pode servir de precedente para casos futuros envolvendo árbitros, VAR e autoridades de segurança nos estádios.

Perguntas Frequentes

Como a decisão de pênalti afetou a classificação dos dois times?

O empate manteve o Internacional nos quatro primeiros, com 53 pontos, enquanto o Corinthians ficou com 36 pontos, ainda próximo da zona de rebaixamento. A diferença de três pontos pode ser crucial nas próximas seis rodadas.

Quais sanções a CBF pode aplicar a Dorival Júnior e aos dirigentes do Corinthians?

Dorival já está suspenso por um jogo; Fábio Soldado e Osmar Stabile podem receber multas que variam de R$ 50 mil a R$ 150 mil e, em casos extremos, perda de pontos no campeonato.

O que a CBF está fazendo para melhorar o uso do VAR?

A federação anunciou a revisão dos protocolos de comunicação, incluindo transmissão ao vivo das imagens revisadas para técnicos e mídia, além de treinamentos adicionais para árbitros em situações de pressão.

Qual foi a reação dos torcedores após o incidente?

Torcedores corintianos protestaram nas redes sociais, acusando o árbitro de parcialidade, enquanto a torcida colorada celebrou o ponto como justiça ao defender a decisão do VAR.

Como esse episódio se compara a outras polêmicas recentes no futebol brasileiro?

É um dos poucos casos em que a polícia precisou intervir duas vezes durante um mesmo jogo. A última situação semelhante ocorreu em 2022, quando o Flamengo e o Fluminense protagonizaram tumulto na final do Carioca.

7 Comments

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    Trevor K

    outubro 5, 2025 AT 19:48

    Que absurdo total!! O árbitro perdeu a linha, não tem como defender a decisão de pênalti nos minutos finais!! O time do Corinthians foi tratado como piada, e ainda tem gente que tenta justificar!! É inaceitável que a CBF não tome medidas imediatas!!

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    Luis Fernando Magalhães Coutinho

    outubro 12, 2025 AT 18:28

    É revoltante ver como a falta de transparência no VAR prejudica a credibilidade do futebol!! Os dirigentes deveriam ser responsabilizados, pois falharam em proteger a integridade do jogo!! O espetáculo virou teatrinho de injustiça!!

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    Júlio Leão

    outubro 19, 2025 AT 17:08

    O clima no Beira‑Rio ficou eletrizado, como se cada grito fosse uma lâmina cortando o ar!! A explosão da bancada corintiana reverberou nas arquibancadas, e a tensão quase virou um incêndio!! Cada decisão parecia pintada com tinta negra, distorcendo a realidade!! O árbitro, coitado, virou alvo de ódio, enquanto a polícia tentava apagar a chama!! O futebol acabou se transformando num drama humano sem roteiro.

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    vania sufi

    outubro 26, 2025 AT 15:48

    Concordo, a situação ficou fora de controle, mas acho que os jogadores ainda têm responsabilidade de manter a calma dentro de campo.

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    Flavio Henrique

    novembro 2, 2025 AT 14:28

    Ao analisar o episódio ocorrido no Beira‑Rio, torna‑se imperativo situar‑o no contexto maior da cultura esportiva contemporânea. Primeiramente, observa‑se que o uso do VAR, embora concebido como mecanismo de justiça, tem sido percebido como fonte de ambiguidade e frustração pelos diversos atores envolvidos. Em segundo lugar, a decisão de conceder o pênalti aos 86 minutos suscitou um debate acerca da hermenêutica das regras, revelando lacunas interpretativas que merecem atenção. Ademais, a reação visceral dos técnicos e dirigentes evidencia a fragilidade das estruturas de governança que regulam o comportamento institucional. É igualmente relevante notar que a presença policial no estádio, ainda que necessária, demonstra a escalada de tensão para além dos limites do campo. Tal fenômeno incita a reflexão sobre a eficácia dos protocolos de segurança e sua capacidade de prevenir confrontos. Por conseguinte, a postura do árbitro, ao aplicar um cartão vermelho de forma direta, pode ser interpretada como tentativa de restabelecer ordem, embora tenha contribuído para o clima de hostilidade. A resposta dos dirigentes, por sua vez, ultrapassou o espectro da crítica construtiva, adentrando o território da agressão verbal, o que fere princípios basilares de respeito mútuo. Nesse sentido, a CBF deveria rever seus mecanismos de mediação, implementando medidas preventivas que salvaguardem a integridade dos oficiais. Além disso, clubes e torcedores precisam reconhecer que a manutenção da civilidade é responsabilidade compartilhada. O caso específico do Corinthians, ao enfrentar risco de rebaixamento, intensifica a pressão psicológica sobre seus membros, ampliando a propensão a explosões emocionais. Analogamente, o Internacional, ao buscar posições de destaque, também sente o peso das expectativas, o que pode gerar reações semelhantes. A partir dessa análise, conclui‑se que a solução não reside exclusivamente na punição de indivíduos, mas na construção de um ambiente de diálogo estruturado. Finalmente, é crucial promover a educação continuada acerca das regras e da ética esportiva, a fim de mitigar futuros incidentes de natureza similar.

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    Victor Vila Nova

    novembro 9, 2025 AT 13:08

    Concordo plenamente com a análise exposta, sobretudo quanto à necessidade de protocolos mais robustos e à educação contínua de todos os envolvidos.

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    Ariadne Pereira Alves

    novembro 16, 2025 AT 11:48

    Vale destacar que a CBF possui mecanismos de apelação que podem ser acionados em casos de decisões controversas!! Contudo, a efetividade desses recursos depende da transparência e da rapidez na condução dos processos!!

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