Sirius em Campinas se torna ponte global de pesquisa entre Brasil e China
O cenário científico de Campinas ficou ainda mais movimentado com a inauguração do laboratório internacional fruto da parceria entre Brasil e China. Localizado no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), esse espaço não só fortalece os laços dos dois países, como coloca o Brasil no centro de debates globais em ciência de materiais e energia. E o ponto alto dessa discussão atende pelo nome Sirius, o acelerador de partículas que já virou referência mundial e só existe em mais dois lugares no planeta.
A história dessa parceria começou oficialmente em maio de 2023, quando o CNPEM, do lado brasileiro, e o Instituto de Física de Alta Energia (IHEP), da China, decidiram formalizar sua colaboração. Não pense que a aproximação aconteceu do dia para a noite: muito antes do acordo, cientistas chineses já vinham trocando experiências e até fornecendo peças fundamentais para o Sirius sair do papel e ganhar vida. Foi uma verdadeira construção coletiva, mostrando que quando o assunto é ciência de ponta, as fronteiras ficam em segundo plano.
O Sirius se destaca porque permite observar estruturas microscópicas de maneira superprecisa. Isso facilita avanços em diversos setores, de novos materiais para indústria a processos que tornam as energias renováveis mais eficientes. E agora, com o laboratório internacional circulando ideias entre Campinas e Pequim, o objetivo é claro: acelerar descobertas em nanotecnologia, pesquisa de novos compostos e até temas atuais como sustentabilidade energética.

Nova fase: Inteligência artificial e inovação em destaque
Essa colaboração não fica só em microscópios e aceleradores. Em julho de 2025, o Diálogo Brasil-China realizado na PUC-Rio mostrou que já tem gente olhando para o futuro desse encontro, propondo discussões sobre governança ética da inteligência artificial. É a ciência expandindo horizontes e conectando desafios modernos com o potencial de inovação dos dois países.
No centro dessas iniciativas, aparecem nomes que já viraram referência no meio científico: Antonio José Roque da Silva, que dirige o CNPEM; Yuhui Dong, vice-diretora do IHEP; e Harry Westfahl Jr., que comanda o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), parte do CNPEM e responsável direto pelo funcionamento do Sirius. Eles não apenas assinaram a parceria, mas também desenham as estratégias para que esse intercâmbio se traduza em pesquisas concretas e resultados palpáveis.
Além dos experimentos com luz síncrotron, o laboratório integra uma rede ainda maior de cooperação em Campinas. Recentemente, a GAC Group, uma gigante chinesa do setor automotivo, abriu um centro de pesquisa em desenvolvimento na cidade, colando sua equipe à da Unicamp para explorar inovação em carros e mobilidade inteligente. O espírito é o mesmo: somar talentos, investir em tecnologia de ponta e criar oportunidades que só surgem quando diferentes expertises se encontram.
No fundo, essa história mostra como a ciência pode unir povos para buscar soluções que servem ao mundo inteiro. Campinas virou palco de um laboratório internacional que tem tudo para ser sinônimo de inovação, conectando pesquisadores, empresas e ideias em uma base sólida para o futuro. Se alguém ainda tinha dúvidas sobre a força da pesquisa científica colaborativa, basta acompanhar as novidades que saem do Sirius e do movimento Brasil-China para entender o tamanho do potencial.