Carreira no Barcelona: 18 anos de títulos e identidade
Quando Sergio Busquets estreou pelos categorias de base do Barcelona, poucos imaginavam que ele se tornaria o coração silencioso do time. Ao longo de 18 temporadas, ele acumulou 722 partidas, 18 gols e 46 assistências, números que refletem mais o seu papel de “maestro ao fundo” do que de artilheiro.
O ala‑metade de campo foi peça-chave nos três triunfos da UEFA Champions League (2011, 2015 e 2019) e nas nove conquistas da La Liga em que o clube se impôs como a principal força da Espanha. Sua disciplina tática, a capacidade de ler o jogo e a precisão nos passes curtos garantiram a estabilidade de equipes comandadas por treinadores como Pep Guardiola, Luis Enrique e Ronald Koeman.
Além dos troféus, Busquets deixou marcas intangíveis: ele foi o elo entre a defesa e o ataque, o “código de conduta” que permitia a Lionel Messi e aos outros criativos operar com liberdade. Quando o mundo comentou sobre a “era de ouro” do Barça, o nome de Busquets quase sempre aparecia nos bastidores, sendo citado como o “metrómetro” que marcava o ritmo ideal de cada partida.
Últimos anos nos Estados Unidos e a despedida definitiva
Em 2023, Busquets aceitou o convite de David Beckham para vestir a camisa do Inter Miami, reunindo-se novamente com Messi, Luis Suárez e Jordi Alba. O salto para a Major League Soccer foi visto como a última aventura de um jogador que já havia conquistado tudo na Europa.
Na MLS, ele somou 105 jogos, marcou um gol e ajudou a equipe a erguer a Leagues Cup em 2023 e a Supporters’ Shield em 2024. Embora o nível técnico da liga seja diferente, a presença de Busquets trouxe uma educação tática ainda pouco difundida nos Estados Unidos, influenciando jovens atletas que assistem ao seu posicionamento e inteligência de jogo.
No vídeo de aposentadoria publicado em setembro de 2025, o jogador falou com emoção: “Estou me aposentando muito feliz, orgulhoso, realizado e, acima de tudo, agradecido.” Ele reforçou que o futebol sempre fará parte da sua história, mas que a decisão de encerrar a carreira na MLS elimina qualquer especulação sobre um possível retorno à Europa.
O impacto da aposentadoria de Busquets vai além dos números. Torcedores do Barcelona lembram das noites de Copa do Mundo, quando ele ajudou a Espanha a vencer a Alemanha na final de 2010, e do Euro 2012, quando o trio Busquets‑Xavi‑Xabi Alonso dominou a seleção. Agora, ele se despede de um público que o admira por sua humildade tanto quanto por sua consistência em campo.
Com a partida de Busquets, abre‑se um novo capítulo tanto no clube catalão quanto na seleção espanhola, que precisará encontrar outro “coração” para orquestrar o meio‑campo. Enquanto isso, o ex‑jogador permanece nas redes sociais, pronto para projetos que, segundo ele, ainda não foram revelados, mas que certamente manterão a ligação com o futebol de forma diferente.
