Na última semana, o nome Sandro Dias ecoou pelos alto-falantes de arenas esportivas e pelas timelines de milhares de seguidores. O campeão mundial de skate ousou o impossível: descer um salto de 65 metros (213 pés) sem nenhum tipo de apoio, numa estrutura que o próprio Red Bull descreveu como a maior rampa já construída. Eu, Isadora, fui acompanhar de perto esse momento histórico, que ficou ainda mais marcante por ter sido validado ao vivo pelos representantes da recorde mundial da Guinness.
Como chegou a 65 metros
Antes de encarar a queda de 65 metros, Dias trabalhou meticulosamente em etapas que lembram uma escalada de montanha. Primeiro, ele testou um salto de 55 metros, depois subiu para 60 e, finalmente, se posicionou na plataforma de 65 metros. Cada fase foi registrada em vídeo, permitindo que a equipe de apoio analisasse o ângulo de ataque, a velocidade de descida e a postura corporal. Ao chegar ao topo, Sandro precisou se desvincular da corda de segurança, um gesto que gerou um suspiro coletivo entre os espectadores.
- 55 metros: Primeiro teste, serviu para calibrar o tempo de reação.
- 60 metros: Aumento gradual que confirmou a confiança do atleta.
- 65 metros: O salto final, que superou o recorde anterior de 64,4 metros, também de Sandro.
O pânico não passou: a plateia, composta por fãs, equipe técnica e amigos íntimos, prendeu a respiração enquanto o atleta se lançava. O som da prancha ao tocar o ar foi seguido por um estrondo quando a roda encontrou a pista, desencadeando aplausos que ecoaram por toda a arena.

Impacto no skate e no esporte extremo
A façanha de Dias não é apenas um número a ser batido; ela reorganiza a forma como vemos o skate de “building drop”. Historicamente, o skate sempre esteve associado a manobras urbanas e a parques, mas quedas verticais como essa aproximam o esporte das categorias de salto e alpinismo. Esse novo marco abre portas para patrocinadores, investidores e, principalmente, para jovens que sonham em levar a prancha para alturas antes inimagináveis.
Além disso, a presença da Guinness World Records deu um selo de legitimidade que pode transformar eventos similares em atrações internacionais. Com a cobertura ao vivo, milhões de espectadores ao redor do mundo acompanharam cada segundo, impulsionando o engajamento nas redes sociais e trazendo ainda mais visibilidade ao skate brasileiro.
Para o próprio Sandro, o recorde representa um ponto de partida. Em entrevista logo depois da queda, ele afirmou que já pensa em superar os 70 metros, mas só depois de analisar os dados coletados hoje. A comunidade de skate, por sua vez, recebeu o feito com entusiasmo, reconhecendo não só a coragem, mas a precisão técnica necessária para executar um salto tão arriscado.
O Red Bull Building Drop, que organizou o evento, divulgou que pretende transformar a estrutura em um “laboratório de inovação” para outros atletas. A ideia é adaptar a rampa para diferentes esportes de extremo, como BMX e parkour, criando um hub permanente de adrenalina em Porto Alegre.
Enquanto isso, nas ruas e nos parques, a notícia já virou manchete nos grupos de WhatsApp, nas páginas de Instagram e nas mesas de bar. É impossível não sentir a energia daquilo que acabou de acontecer: um brasileiro batendo o próprio recorde e, ao mesmo tempo, elevando o skate a um novo patamar de ousadia e técnica.