Quando Cabo Bebeto, deputado estadual do Partido Liberal (PL) subiu ao plenário da Assembleia Legislativa de Alagoas na sessão ordináriaMaceió, denunciou que o SAMU está operando há cinco anos sem uniformes e EPIs adequados. O parlamentar ressaltou que a falta desses itens coloca a saúde dos profissionais em risco, especialmente quando lidam com sangue ou outros fluidos.
Contexto da crise de uniformes
A carência de uniformes no serviço de urgência não é novidade. Segundo o próprio deputado, os trabalhadores têm que comprar botas, calças e jaquetas por conta própria. Em alguns casos, recebem do Estado de Sergipe doações que chegam sem a bandeira alagoana, o que, para Bebeto, evidencia "a falência da saúde pública em Alagoas".
Detalhes das denúncias ao SAMU
Durante a sessão de 21 de agosto de 2025, o deputado lembrou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência deveria receber, por lei, uniformes impermeáveis e EPIs como luvas, máscaras e óculos de proteção. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) ainda não apresentou plano de reposição.
"Trabalhadores de emergência são expostos a situações de risco todos os dias. Não é aceitável que eles tenham que arcar com custos que são de responsabilidade do Estado", enfatizou Bebeto, citando relatos de agentes que já utilizam roupas rasgadas para evitar gasto pessoal.
Outras demandas de saúde em Alagoas
Além da questão dos uniformes, o parlamentar trouxe ao plenário três novas denúncias. Primeiro, o Hospital de Arapiraca vem com a tomografia quebrada há cerca de dois meses, impossibilitando diagnósticos precisos. Segundo, duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) – na Tabuleiro e no Jacintinho, em Maceió – têm médicos sem salário há três meses.
O Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed) corroborou a informação, afirmando que "os profissionais são pais, filhos, pacientes, e não podem ficar à mercê de atrasos intermináveis".
Reação da Secretaria e perspectivas
Em nota, a Sesau afirmou que está "ciente das demandas" e que já está elaborando um cronograma de compras. Contudo, o deputado exigiu um prazo concreto e uma resposta escrita, algo que ele enviou por meio de carta oficial em 30 de agosto de 2025.
"Não basta prometer, precisamos de datas, de recursos alocados e de fiscalização", disse Bebeto, lembrando que a falta de transparência tem agravado a percepção de caos administrativo.
Impacto sobre profissionais e população
Os profissionais do SAMU e das UPAs relatam desgaste físico e psicológico. A ausência de EPIs aumenta o risco de contaminação, enquanto a falta de salários gera insegurança financeira. Para a população, a consequência é a diminuição da qualidade do atendimento emergencial, sobretudo nas regiões mais vulneráveis.
Especialistas em saúde pública apontam que a situação reflete um problema estrutural de gestão de recursos. "Quando o Estado deixa de investir em equipamentos básicos, todo o sistema de saúde sofre", comenta a professora Ana Lúcia Reis, da Universidade Federal de Alagoas.
Próximos passos
O próximo plenário da Assembleia, marcado para 12 de setembro de 2025, pode servir de novo palco para pressionar a Sesau. Enquanto isso, organizações da sociedade civil planejam protestos nas praças de Maceió, exigindo um "acordo de garantia de EPIs".
Se a secretaria não cumprir os prazos, o deputado planeja acionar o Ministério da Saúde e solicitar auditoria federal. O objetivo, segundo Bebeto, é garantir que nenhum cidadão alagoano tenha que depender de uniformes de outro estado para receber socorro.
Perguntas Frequentes
Por que os uniformes do SAMU são tão importantes?
Os uniformes garantem proteção contra sangue, fluidos e agentes químicos, evitando contaminações nos profissionais que atendem emergências 24 horas por dia. Sem eles, o risco de infecção aumenta drasticamente, comprometendo a saúde dos atendentes e a qualidade do serviço.
Quais são as reclamações feitas ao Hospital de Arapiraca?
O médico‑radiologista relata que o aparelho de tomografia está inoperante há aproximadamente dois meses, impedindo diagnósticos de lesões internas. A parada gera atrasos no tratamento e sobrecarga em outros hospitais da região.
Como a falta de salários afeta os médicos das UPAs?
Médicos que não recebem há três meses enfrentam dificuldades para pagar contas básicas, o que pode levar à desistência do serviço ou à procura de empregos privados. A situação compromete a continuidade do atendimento nas comunidades atendidas pelas UPAs.
O que a Sesau prometeu fazer?
A Secretaria afirmou que está elaborando um plano de compras e que em breve divulgará um cronograma para a reposição de uniformes, EPIs e equipamentos médicos. Ainda não há datas específicas, o que gerou críticas de deputados e sindicatos.
Quais podem ser os próximos passos caso a Sesau não cumpra o prazo?
Cabo Bebeto indicou que, se não houver respostas concretas, a Assembleia pode solicitar auditoria do Ministério da Saúde e acionar tribunais de contas. Manifestações públicas também estão sendo organizadas para pressionar o governo estadual.
Fábio Neves
outubro 1, 2025 AT 21:04É óbvio que essa “denúncia” do deputado é parte de um plano maior para desviar a atenção da população. Eles sempre inventam crises para justificar cortes em outras áreas que realmente importam. Enquanto a gente reclama dos uniformes, o dinheiro dos impostos está sendo desviado para projetos fantasma. A verdade está escondida nos bastidores, como sempre.
Raphael D'Antona
outubro 6, 2025 AT 20:31Mais uma história de falta de recursos que a gente já ouviu mil vezes.
Eduardo Chagas
outubro 11, 2025 AT 19:57Imagine a cena: profissionais do SAMU correndo contra o relógio, sem sequer uma jaqueta decente para se proteger. É um espetáculo de desespero que ninguém merece assistir. Cada gota de sangue que eles tocam pode se tornar uma ameaça fatal para eles mesmos. Essa situação é um absurdo que clama por justiça.
Mário Eduardo
outubro 16, 2025 AT 19:24Quando analisamos a questão dos uniformes no SAMU, percebemos que ela vai além de simples faltas de material; revela uma falha sistêmica de governança que tem raízes profundas na própria estrutura do Estado. Cada peça de vestimenta é, na verdade, um símbolo de proteção, de respeito ao trabalhador que arrisca a própria vida em prol da coletividade. Se o Estado não garante essa proteção básica, ele está, de fato, negando a dignidade humana ao seu servidor. Essa omissão não ocorre por falta de orçamento, mas por negligência deliberada, alimentada por interesses escusos que se beneficiam da precariedade. A burocracia, como um labirinto de papéis, transforma demandas simples em processos eternos que jamais chegam ao fim. Enquanto isso, os agentes do SAMU são forçados a comprar equipamentos de baixa qualidade por conta própria, muitas vezes em condições de risco extremo. Não se trata apenas de um detalhe administrativo; trata‑se de uma decisão que expõe trabalhadores a contaminações, infecções e até à morte. A constatação de que uniformes chegam de outros estados sem a bandeira alagoana indica um desrespeito cultural e uma tentativa de camuflar a responsabilidade do governo local. Além disso, a falta de EPIs adequados coloca em xeque toda a cadeia de atendimento de emergências, comprometendo a eficácia das intervenções em situações críticas. Cada máscara que rasga, cada luva que se desfaz, representa não só um gasto extra, mas uma vulnerabilidade que pode ser explorada por agentes patológicos. O Estado, ao procrastinar a compra de equipamentos, está, na prática, fomentando um ambiente propício para surtos e acidentes ocupacionais. Essa postura pode ser interpretada como um convite ao caos, onde a saúde pública se torna mera mercadoria de negociação política. O deputado Bebeto, ao levantar essa bandeira, evidencia que há ainda quem lute contra essa moralidade corrosiva que permeia a administração pública. A sociedade civil, ao se mobilizar, demonstra que não aceitará a passividade institucional. É imprescindível que haja um cronograma transparente, com prazos claros e fiscalização rigorosa, caso contrário continuaremos a assistir a um triste espetáculo de negligência.
Thaty Dantas
outubro 21, 2025 AT 18:51Qual a previsão concreta para a entrega dos EPIs?
Davi Silva
outubro 26, 2025 AT 18:17Pra quem ainda não sabe, o SAMU precisa de uniformes impermeáveis, luvas nitrílicas, máscara N95 e óculos de proteção. Sem esses itens, a equipe corre risco maior de contaminação e ainda compromete o atendimento ao cidadão. Uma solução rápida seria abrir licitação emergencial e usar recursos do fundo de saúde. Enquanto isso, a comunidade pode organizar arrecadação de materiais para minimizar o impacto.
Leonardo Teixeira
outubro 31, 2025 AT 17:44É impressionante como a gente vê sempre a mesma velha história de promessas vazias 😒. Quem controla o orçamento sabe exatamente onde está cada centavo e ainda assim deixa o SAMU à mercê da falta. A responsabilidade recai diretamente sobre os gestores que ignoram o bem‑estar dos profissionais.
Marcelo Paulo Noguchi
novembro 5, 2025 AT 17:11Considerando os indicadores de desempenho operacional, a ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) compromete severamente a taxa de eficiência clínica (TEC) dos serviços de urgência. Recomenda‑se a adoção de medidas corretivas imediatas, incluindo a implementação de um plano de aquisição estratégica, alinhado aos protocolos de governança de recursos. Essa abordagem permitirá a mitigação de riscos ocupacionais e a restauração da confiança institucional.
Leilane Tiburcio
novembro 10, 2025 AT 16:37É inaceitável que quem salva vidas trabalhe sem proteção.
Jessica Bonetti
novembro 15, 2025 AT 16:04Mesmo que pareça óbvio, muita gente ainda prefere fechar os olhos e esperar que o problema se resolva sozinho. Essa atitude passiva alimenta o ciclo de negligência e deixa os profissionais vulneráveis. É preciso pressionar as autoridades, não apenas lamentar.