Brasil vence Honduras por 3 a 0 e avança à semifinal do Pan com aproveitamento máximo

Brasil vence Honduras por 3 a 0 e avança à semifinal do Pan com aproveitamento máximo
nov, 4 2025 Isadora de Souza

A Seleção Brasileira de Futebol Base Masculina fechou a fase de grupos dos Jogos Pan-Americanos de 2023 com perfeição: 3 a 0 sobre a Honduras, neste domingo, 29 de outubro, no Estádio Sausalito, em Viña del Mar, Chile. Três gols na segunda etapa — de Ronald, Gustavo Martins e Thauan Lara — selaram um desempenho que, embora discreto no primeiro tempo, foi suficiente para garantir o primeiro lugar no Grupo B com nove pontos, seis gols marcados e nenhum sofrido. Agora, a Amarelinha enfrenta o segundo colocado do Grupo A — entre México e República Dominicana — na semifinal, nesta quarta-feira, 1º de novembro, no mesmo estádio. O objetivo? Uma vaga na final e, claro, uma medalha de ouro.

Um primeiro tempo sem inspiração, mas com controle

O Brasil entrou em campo com a responsabilidade de fechar a fase de grupos sem tropeços, mas o jogo começou lento. A equipe, comandada pelo técnico Ramon Menezes, tentou impor seu jogo de posse, mas a defesa hondurenha, bem organizada, recuou e dificultou as linhas de passe. A única chance clara veio aos seis minutos, quando Guilherme Biro arriscou de fora da área — a bola passou raspando o travessão. A imprensa chilena chegou a classificar o primeiro tempo como "técnicamente abaixo do esperado" — mas não por falta de esforço. A equipe apenas não encontrava o caminho final.

A virada veio com escanteio e precisão

A mudança veio na segunda etapa. E não foi por tática radical, mas por uma única arma que funcionou como um raio: os escanteios de Marquinhos. O camisa 10, que hoje atua como meia central, transformou-se no cérebro ofensivo da equipe. Aos 52 minutos, após cobrança perfeita, Ronald cabeceou com força e precisão — 1 a 0. Quatro minutos depois, o zagueiro Gustavo Martins, de cabeça também, aproveitou mais um cruzamento do meia para ampliar. O público de 15 mil pessoas, misto de chilenos e brasileiros, explodiu. Faltavam 13 minutos para o fim quando Thauan Lara, de fora da área, disparou um chute de perna esquerda que desviou no zagueiro e entrou no ângulo — 3 a 0. Foi o gol da certeza.

Marquinhos: o artista que ninguém esperava

O grande nome da partida não foi o artilheiro, mas o assistente. Marquinhos, que já havia sido destaque contra o Canadá e o Peru, foi o responsável por todas as duas assistências. Sua visão de jogo, paciência sob pressão e entrega nos momentos decisivos o transformaram no jogador mais valioso do Brasil até aqui. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) publicou em suas redes sociais uma foto sua em ação, com crédito ao fotógrafo Lesley Ribeiro. Mas o que mais impressiona é o amadurecimento dele: aos 20 anos, ele não só comanda o meio-campo como lidera com o exemplo. "Ele não grita, mas faz tudo com os pés", disse um analista da TV chilena após o jogo.

Um caminho sem falhas — e um grupo ainda em aberto

O Brasil chegou à semifinal invicto: 2 a 0 sobre o Canadá em 25 de outubro, 1 a 0 sobre o Peru em 27, e agora 3 a 0 sobre a Honduras. Nenhum gol sofrido. Nenhum empate. Nenhuma vacilação. Enquanto isso, no Grupo A, o México (4 pontos) e a República Dominicana (3 pontos) disputam a segunda vaga. O México enfrenta a Argentina, e a República Dominicana joga contra o Chile. Se o México perder e a República Dominicana vencer, a Amarelinha enfrentará os dominicanos — uma surpresa, mas não um adversário menor. A equipe caribenha vem crescendo, com jogadores de ligas menores, mas muito organizada.

Infraestrutura e logística: mais do que futebol

Infraestrutura e logística: mais do que futebol

O Estádio Sausalito, inaugurado em 1951, passou por uma reforma de 15 milhões de dólares para os Jogos Pan-Americanos. O gramado, os sistemas de iluminação e a segurança foram totalmente modernizados. A delegação brasileira, com 23 atletas de idade média de 21,3 anos, fica hospedada no Hotel Enjoy Santiago, a 120 km de distância — um trajeto diário de duas horas que exige disciplina. "É cansativo, mas todos sabem o que está em jogo", disse um assistente técnico à imprensa. O foco não é só vencer. É mostrar que o futebol de base brasileiro ainda é uma máquina de produzir talentos — mesmo sem o glamour da seleção principal.

O que vem a seguir? A semifinal e o peso da expectativa

A próxima partida, na quarta-feira, será decisiva. Não apenas por uma vaga na final, mas por um teste de maturidade. O Brasil não joga desde sábado — quatro dias de descanso, mas também de pressão. O último título olímpico da seleção sub-23 foi em 2020, em Tóquio. O último Pan? Em 2019, no Peru. O elenco atual tem o talento, mas também o peso de não decepcionar. "Não queremos só uma medalha. Queremos ouro. E vamos lutar por isso", disse Ronald após o jogo. E com o time jogando assim, ninguém duvida que eles podem ir longe.

Frequently Asked Questions

Como o Brasil se classificou com 100% de aproveitamento?

O Brasil venceu os três jogos da fase de grupos: 2 a 0 contra o Canadá (25/10), 1 a 0 contra o Peru (27/10) e 3 a 0 contra a Honduras (29/10). Foram seis gols marcados e nenhum sofrido, totalizando nove pontos e liderança isolada do Grupo B. É a primeira vez desde 2015 que a seleção sub-23 encerra a fase de grupos sem perder um único jogo.

Quem é Marquinhos e por que ele está sendo tão destacado?

Marquinhos, de 20 anos, atua como meia central e veste a camisa 10. Ele não é o artilheiro, mas é o principal criador: forneceu duas assistências contra a Honduras e também teve papel decisivo nos gols contra Canadá e Peru. Sua capacidade de controlar o ritmo, distribuir passes precisos e cobrar escanteios o tornou o elo entre defesa e ataque. É considerado pela CBF como um dos principais prospectos para a seleção principal nos próximos anos.

Qual a diferença entre a seleção de base e a principal?

A seleção de base é composta por jogadores com até 23 anos, com até três jogadores acima dessa idade permitidos — mas neste Pan, todos têm até 21. É um projeto de desenvolvimento, não um time de estrelas. A principal, por outro lado, é o time que disputa Copas do Mundo e Campeonatos Sul-Americanos. O Pan é uma ponte: muitos jogadores da base hoje serão titulares da seleção principal daqui a dois anos.

O México é o favorito na semifinal? E se for a República Dominicana?

Se for o México, será um confronto de tradição: os mexicanos têm mais títulos pan-americanos e jogadores com experiência em ligas europeias. Mas se for a República Dominicana, será um jogo surpresa: eles são menos técnicos, mas muito físicos e organizados. O Brasil tem vantagem técnica, mas não pode subestimar qualquer adversário — especialmente em torneios de seleções jovens, onde a motivação é imensa.

O que está em jogo além da medalha?

Além da medalha, o Brasil busca reafirmar sua hegemonia no futebol sul-americano e mostrar que o modelo de desenvolvimento de base ainda funciona. O desempenho neste Pan pode influenciar contratações de clubes europeus e até convocações para a seleção principal. Jogadores como Thauan Lara e Gustavo Martins já são observados por clubes da Europa, e uma boa campanha pode acelerar seus nomes no mercado.

12 Comments

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    Francini Rodríguez Hernández

    novembro 5, 2025 AT 14:58

    Marquinhos é o cara mesmo, meus olhos choraram quando ele cobrou o escanteio 😭

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    Eduardo Mallmann

    novembro 7, 2025 AT 07:22

    A seleção sub-23 demonstra, mais uma vez, que o modelo de desenvolvimento brasileiro é o mais eficiente do hemisfério. A disciplina tática, a precisão nos momentos decisivos e a maturidade emocional dos atletas refletem uma estrutura de base que nenhum outro país da região pode igualar. O futebol não é apenas entretenimento - é um sistema de formação de caráter.

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    Timothy Gill

    novembro 7, 2025 AT 22:24

    Todo mundo fala de Marquinhos mas ninguém vê que o sistema tá podre o técnico tá só decorando esquema da Copa do Mundo de 2002 e os zagueiros estão mais preocupados com o perfil no Instagram do que com marcação

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    Thiago Silva

    novembro 9, 2025 AT 04:10

    Mano, eu tô aqui no interior do Pará e assisti tudo ao vivo no celular com 3G lento… mas quando o Thauan fez o gol, eu pulei da cadeira e quase derrubei a vasilha de feijoada. Essa galera tá com coração, não só técnica. Parabéns, Amarelinha. Vocês são o futuro que a gente sempre sonhou.

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    Willian Paixão

    novembro 9, 2025 AT 09:19

    É isso aí, pessoal. O Brasil está mostrando que o futebol de base ainda é a melhor fábrica de talentos do mundo. Mesmo sem os nomes famosos, os garotos estão jogando com paixão e inteligência. A gente pode torcer com orgulho. E sim, Marquinhos é o novo número 10 que a gente esperava há anos.

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    Bruna Oliveira

    novembro 10, 2025 AT 04:25

    Marquinhos? Que nome comum. O verdadeiro gênio é o técnico Ramon Menezes - ele aplicou o sistema de pressão alta de Guardiola com a intensidade de Klopp e a estrutura de Tite. Isso não é sorte, é ciência. O futebol brasileiro finalmente deixou de ser improvisação e virou filosofia de jogo.

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    Gustavo Junior

    novembro 10, 2025 AT 14:55

    Claro, 3 a 0 contra a Honduras… e aí? E se fosse contra a Argentina? E se fosse contra a França? Vocês acham que isso é futebol de alto nível? Essa seleção é uma ilusão de otimismo. O que falta é agressividade, pressão, velocidade real… e isso aqui é um espetáculo de teatro infantil. O Brasil só vence porque os adversários são fracos. E isso é triste.

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    Henrique Seganfredo

    novembro 12, 2025 AT 01:36

    Honduras? Que time é esse? Se fosse contra o México, aí sim seria mérito. Mas vencer um time que nem consegue passar da metade de campo? Isso não é campeão, é propaganda.

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    Marcus Souza

    novembro 12, 2025 AT 01:57

    eu fiquei emocionado com o thauan, ele é do interior de minas, a gente conhece gente assim que joga em campo de terra e ainda assim vira estrela. isso aqui é o verdadeiro brasil, não aquele que só tem dinheiro. parabens a todos, o futuro é de vocês

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    MAYARA GERMANA

    novembro 14, 2025 AT 00:20

    Claro que ganhou de 3 a 0… a honduras tá no pan por que ninguém mais quis participar. E o Marquinhos? Ele é o novo Neymar? Não, ele é o novo… alguém que não vai jogar na Europa. O futebol brasileiro tá morrendo de tanto elogio barato. E esse estádio? 15 milhões? Isso dá pra construir 50 quadras de futebol de várzea. Prioridades, pessoal.

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    Flávia Leão

    novembro 15, 2025 AT 17:10

    se o brasil é tão bom por que ainda não ganhou uma copa com essa galera? por que todo mundo fala que o time é "muito técnico" mas nunca vence nada importante? é tudo ilusão… e esse tal de marquinhos? ele é o que? o novo ronaldinho? sem graça. o futebol tá virando um ensaio de moda, não um esporte

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    David Costa

    novembro 16, 2025 AT 03:28

    Essa vitória não é só sobre gols ou táticas. É sobre identidade. O Brasil, mesmo sem os grandes nomes da seleção principal, continua sendo o único país no mundo onde um garoto de 18 anos de uma cidade pequena pode, com um chute preciso, mudar o rumo de um jogo e inspirar milhares. O Estádio Sausalito estava cheio de chilenos, mas o coração era brasileiro. Eles não só jogam futebol - eles contam histórias. Marquinhos, Ronald, Thauan… cada um deles carrega o peso e a esperança de uma geração que não pede fama, só oportunidade. E o que vimos hoje não é um jogo, é um legado. O futebol brasileiro não precisa de astros. Precisa de garotos que acreditam. E esses garotos acreditam. E isso, meu amigo, é o que faz a diferença. Não é o dinheiro, não é o marketing, não é o nome. É a alma. E a alma brasileira está viva, jogando bola com os pés e com o coração.

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